terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Intervenção em Situações de Violência Doméstica

Grupo A Chave

Uma das formas de actuação deste projecto, será o apoio a vítimas, em pequenos grupos. 

O que é um grupo A Chave?
É um grupo de 8 pessoas, vítimas de violência doméstica, que irá trabalhar em conjunto durante 12 semanas. Será cuidadosamente respeitada a privacidade e a confidencialidade em relação a cada membro do grupo.

Que tipo de trabalho irá ser feito neste grupo?
Haverá uma reunião semanal de 1h30 a 2h, em que será feito um trabalho de coaching e treino de mudança de dentro para fora. Em cada semana iremos desenvolver um tema. Estes temas vão desde auto-confiança e auto-imagem até organização pessoal.

Onde?
Em Lisboa.

Qual o objectivo?
Ajudar cada pessoa a desenvolver a capacidade de lidar com a sua situação de uma forma mais saudável.
O foco não será a partilha das experiências pessoais, mas o desenvolvimento da capacidade de viver e de crescer, apesar da situação em que se encontram e, eventualmente, de conseguir operar mudança no seu ambiente familiar.

Como participar de um desses grupos?
As pessoas interessadas devem enviar mensagem a expressar esse desejo através do meu site www.lisboacounselling.com . Posteriormente serão contactadas.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Enquanto

Enquanto a tua palavra for
a única opção possível,
a verdade absoluta,
e a minha for absurda, alucinação ou mentira.

Enquanto o que tu dizes for como uma ordem
(não é preciso eu pensar se é certo ou não;
tu já pensaste tudo o que havia para pensar) 
e o que eu digo,
quando me atrevo,
for ignorado ou atacado.

Enquanto só o que tu pensas, sentes ou dizes, for válido,
enquanto não levares a sério nada do que eu digo ou sinto,
e te limitares a gozar, ignorar ou tentar aterrorizar.

Enquanto tu fores a cabeça e o coração,
só tu poderes pensar ou sentir,
e eu for um simples corpo para o que for preciso.

Enquanto tu fores perfeito,
tão perfeito que quase nem Deus consegue ser assim tanto,
e eu for a causa de todos os males.

Enquanto o diálogo for um monólogo gritado
e qualquer palavra ou atitude minha
levar a uma onda ininterrupta de vinganças.

Enquanto eu for acusada por fazer,
e também por não fazer,
por dizer,
ou por não dizer
(assim nunca haverá falta de pretextos para acusar).

Enquanto tu fores o todo-perfeito
e eu o monstro,
não poderemos estar juntos,
“Pois que ligação pode haver entre a luz e as trevas?”



  Muitas vítimas de violência doméstica têm uma atitude passiva; outras lutam incansavelmente pela mudança da sua situação.
Mas, seja qual for a sua forma de reacção, há uma linha comum a todas elas - o doloroso e inalterável absurdo da sua realidade diária.